Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no nosso website. Para saber mais, leia a nossa Política de privacidade

“Quiet Quitting”: O que é?

blog images

Recursos Humanos

29 Setembro 2022

Quiet Quitting (tradução literal: demissão silenciosa ou passiva) é uma expressão utilizada há já algum tempo, mas tornou-se recentemente num fenómeno no TikTok.


O termo é de certa forma enganador; quando pensas em “demissão silenciosa”, pensas em alguém que desiste do seu emprego, mas essa não é a realidade. Então, o que significa exatamente?


Neste artigo, iremos falar sobre este fenómeno e porque se tornou viral.


 Significado de “Quiet Quitting”



“Quiet quitting” implica executar apenas o que o teu trabalho requer e nada mais; não fazes nada extra! Continuas a ir trabalhar, mas estritamente dentro dos parâmetros do teu trabalho. Ou seja, deixas de ajudar com tarefas extra ou veres o e-mail depois do horário de expediente.


Segundo a Metro, isto pode assumir diversas formas, incluindo recusares iniciativas baseadas somente num possível interesse que possas ter, recusares responder a mensagens fora do horário de trabalho ou, simplesmente, estares menos envolvido na profissão!


Esta atitude pode ser tão essencial como uma mudança mental invisível para os outros, mas que te permite manteres menos comprometido psicológica e emocionalmente ao teu trabalho. Porém, apesar de parecer atrativo, os especialistas acautelam prudência...


 Como o “Quiet Quitting” se Tornou Viral



Desde o começo da pandemia que existe um número crescente de jovens insatisfeitos com a falta de reconhecimento tanto pelo seu trabalho árduo como pelas horas de trabalho extra realizadas.


Assim, estão a rejeitar um esgotamento a favor de um maior equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal. A autopreservação e o agir conforme a “tua posição salarial” estão no centro deste movimento!


O termo “quiet quitting” ganhou recentemente tração quando o TikTokker americano @Zaidlepplin publicou um vídeo viral onde afirma que “o trabalho não é a tua vida” (traduzido de “work is not your life”). Surpreendentemente, o movimento global parece ter originado na China, onde o agora censurado hastag #tang se tornou famoso.


O vídeo tem mais de 400 mil gostos e mais de 4 mil comentários, a maioria a concordar com o TikTokker. Um utilizador da plataforma chamado Lookatmyfeesh disse: “Aderi ao movimento há 6 meses e adivinhem... O mesmo salário, o mesmo reconhecimento, o mesmo tudo... mas sem stresse!”


 O Que Podes Fazer e Quais os Benefícios



Claro que os funcionários têm benefícios ao aderirem a este movimento: fazem menos e recebem o mesmo que quem faz trabalho extra e horas extraordinárias. A maioria das organizações não oferece incentivos ou recompensas pelas horas extra que os seus empregados fazem, por isso porque fazer mais?


Os empregadores deveriam ter um programa de reconhecimento se querem desencorajar este fenómeno.


Agora que sabes os benefícios, como podes saber que colegas teus já aderiram ao “quiet quitting”? Estes são alguns atributos que poderás reconhecer:

• Redução de produtividade ou distanciamento da equipa

• Comunicação limitada e envolvimento reduzido ao estritamente necessário

• Pode manifestar-se em formas de queixas de outros colegas por terem de colmatar o que não está a ser feito ou por se sentirem postos de parte

• Pode parecer que o teu colega tem uma atitude cínica, ou indiferente, em relação ao trabalho, pode parecer silencioso ou não contribuir


 O Que os Empregadores Devem Fazer?



Segundo o The Washington Post, os empregadores devem, em primeiro lugar, reconhecer que este tipo de resignação silenciosa é mais que uma imposição de limites!


“(...) Está relacionado com um sentimento de cansaço e indignação que muitas pessoas estão a sentir à medida que a pandemia se sente cada vez menos... As pessoas estão a reavaliar as suas prioridades e a alienação social pode ser uma das causas.”


O artigo propõe que as organizações conduzam frequentemente inquéritos para entender as perspetivas dos seus funcionários, indo para além das métricas de produtividade e procurando comentários que ajudem a gerência a perceber “o quadro completo de empenho”.


Os departamentos de RH deveriam realizar entrevistas aprofundadas aquando da entrada e saída de funcionários, especialmente da geração Z e geração Y (do inglês “millenials”), para compreender melhor o que inspira os empregados e o que os leva a sair.


Os gestores podem evitar o esgotamento dos seus funcionários encorajando-os a fazer pausas durante o dia e a usar as suas férias e dias de folga pagas ao longo do ano. Podem também dar um bom exemplo ao não responderem a e-mails quando não deviam estar a trabalhar! Assim que os empregados saírem do trabalho, os gestores devem evitar enviar mensagens não urgentes “para incentivar os funcionários a desligarem-se completamente dos seus computadores.”


“Muitos empregados começaram a tirar “workations e a trabalhar remotamente de diferentes áreas durante a pandemia, mas precisam de tempo longe do computador para evitar um esgotamento.”


Os benefícios relacionados com o bem-estar, tais como ioga no local de trabalho, ganharam também popularidade durante a pandemia.


Vamos mudar de atitude e começar a olhar as coisas da perspetiva dos funcionários!


 Vantagens do “Quiet Quitting”



Existem algumas vantagens significativas, sendo que as maiores são:


1. Tempo Extra Para Projetos Pessoais ou Outro Trabalho


Longe estão os dias em que as pessoas tinham apenas um emprego! Atualmente, muitas usam o seu emprego das 9h às 17h para pagar as contas e investem em projetos secundários...


Essencialmente, as gerações Y e Z não se contentam apenas em sobreviver; querem viver uma boa vida e realizar os seus sonhos. Cerca de 85% das pessoas destas gerações são empreendedoras que prefeririam pôr essa energia extra nos seus projetos fora de um emprego a tempo inteiro.


Assim que bate as 17h, deixam os seus locais de trabalho e dedicam-se aos seus projetos ou passam algum tempo com amigos e família.


Estas gerações criam conteúdos, são bloggers, gestores de redes sociais e trabalham noutros empregos remotos relacionados com a internet. Tal como a maioria dos empreendedores, levam algum tempo a ter sucesso, por isso constroem as suas marcas enquanto trabalham.


2. Integração Trabalho-Vida Pessoal



De forma geral, os trabalhadores reconheceram que por muito que trabalhassem, não receberiam os resultados esperados.


E, como a maioria descobriu nos últimos anos, a saúde mental e física tende a ficar para segundo plano quando competem com a produtividade em muitos destes ambientes empresariais regulados.


O “quiet quitting” pode proteger eficazmente a saúde mental e física num ambiente de trabalho que seja prejudicial a estes. Porém, permanecer num péssimo emprego e fazer apenas o indispensável pode significar desistir da satisfação que podes obter de um bom emprego.


 Desvantagens do “Quiet Quitting”



Apesar deste movimento parecer entusiasmante e divertido para alguns trabalhadores, acarreta consigo algumas desvantagens:


1. Incerteza do Mercado de Trabalho


O “quiet quitting” foi disseminado durante um período de incerteza do mercado. Os trabalhadores tinham a vantagem numa guerra de talentos com mais ofertas de emprego do que candidatos. Contudo, uma recessão iminente e cortes em grandes empresas como a Amazon, Meta, Netflix, e Google podem significar uma mudança no equilíbrio do poder!


As empresas estão rapidamente a despedir pessoas; se decidiste aderir a este movimento, esperamos que estejas à procura de outro trabalho ou que tenhas um negócio secundário bem-sucedido.


2. Não é Para Todos


O “quiet quitting” não é para todos. Existem inúmeras razões pelas quais as pessoas se sentem na obrigação de salvaguardar o seu emprego a todo o custo... Estes motivos podem estar relacionados com o seguro de saúde, um salário estável ou outros benefícios que as empresas mais tradicionais fornecem. Arriscar pode ser algo que não estejam dispostos a fazer!


 Considerações Finais


Embora o “quiet quitting” não seja um plano a longo prazo, pode ser utilizado para criar o espaço que precisas para perceberes qual é o próximo passo na tua carreira! Considera-o como um período de transição.


Com o estigma que rodeia a procura de emprego mais constante, não há necessidade de ficar num trabalho de que não gostas. Portanto, se te demitires, procura um emprego que te satisfaça. A Huntzen está sempre aqui para te ajudar!


Se é sobre si, é sobre nós!

Partilhar: